Glossário do desenho técnico industrial
O desenho técnico industrial é um esboço rico e específico que mostra todas as informações e requisitos necessários para fabricar um item ou produto. É mais do que simplesmente um desenho, é uma linguagem gráfica que comunica ideias e informações.
E por que você, que é comprador ou está envolvido em alguma das atribuições da gestão industrial, precisa entender os detalhes do desenho técnico industrial? Para garantir que está comprando o item correto.
Sim, mas não só isso. O desenho técnico representa o atestado da qualidade e padronização de um produto, é ele que garante a conformidade no momento de produção da peça.
É por meio deste documento que se pode avaliar se o produto adquirido realmente atende às especificações do pedido e, principalmente, se vale o preço que foi cobrado.
Pronto para começar a entender um desenho técnico? Acompanhe este artigo e aprenda.
Importância do Desenho Técnico
O desenho técnico industrial desempenha um papel fundamental na comunicação, documentação, planejamento, projeto, padronização e fabricação de produtos industriais. Ele é uma ferramenta essencial para a eficiência, qualidade e interoperabilidade na indústria, contribuindo para o desenvolvimento de produtos de forma mais precisa e confiável.
Confira alguns pontos que provam a importância deste documento:
Comunicação precisa
O desenho técnico industrial permite uma comunicação clara e precisa entre os profissionais envolvidos na concepção, produção e manutenção de produtos industriais. Ele utiliza normas e convenções universalmente reconhecidas, facilitando a compreensão das informações técnicas entre diferentes equipes e departamentos;
Documentação detalhada
O desenho técnico é uma forma de documentação detalhada que registra as especificações e características de um produto. Ele inclui informações sobre dimensões, tolerâncias, materiais, acabamentos, montagem, entre outros detalhes essenciais. Essa documentação é fundamental para garantir a consistência na produção em larga escala e para fornecer orientação durante o processo de fabricação;
Planejamento e projeto
O desenho técnico industrial desempenha um papel crucial no planejamento e projeto de produtos industriais. Ele permite a visualização prévia e a avaliação de diferentes soluções de design, facilitando a tomada de decisões e a identificação de possíveis problemas antes da produção em larga escala. Isso ajuda a reduzir erros e retrabalhos, economizando tempo e recursos;
Padronização e normas
O documento segue normas e padrões estabelecidos, como as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que garantem a uniformidade e a interoperabilidade entre os produtos industriais. Essa padronização é essencial para o intercâmbio de informações, a compatibilidade entre componentes e a qualidade geral dos produtos;
Fabricação e montagem
O registro fornece informações detalhadas para a fabricação e montagem de produtos. Ele orienta os operadores de máquinas e os montadores, indicando os procedimentos adequados, sequência de montagem, fixações, conexões e outros detalhes cruciais. Isso ajuda a garantir a precisão e a qualidade durante o processo de produção.
Principais normas aplicáveis
A norma NBR 10067 estabelece os princípios gerais de representação em desenho técnico. Ela define a forma de representação utilizada, padroniza o método de projeção ortográfica (1º diedro ou 3º diedro), nomeia as vistas, determina a seleção das vistas, aborda vistas especiais, cortes, seções e generalidades.
A norma NBR 10068 tem como objetivo padronizar as dimensões das folhas utilizadas em desenhos técnicos, além de definir o layout das folhas com margens e legenda correspondentes.
Já, a norma NBR 10582 estabelece a apresentação da folha de desenho técnico, definindo a distribuição do espaço na folha, incluindo áreas para texto, espaço para desenho, entre outros.
Por sua vez, a norma NBR 13142 trata do dobramento das cópias de desenhos técnicos em diferentes formatos de folhas, facilitando o armazenamento em pastas.
As normas NBR 8402 e NBR 8403 abordam a execução de caracteres e a aplicação de diferentes tipos e larguras de linhas em desenhos técnicos, respectivamente.
A norma NBR 8196 trata do uso de escalas em desenho técnico, enquanto a NBR 12298 aborda a representação de áreas de corte por meio de hachuras.
As normas NBR 10126 e NBR 8404 tratam, respectivamente, da cotagem em desenho técnico e da indicação do estado de superfície em desenhos técnicos.
A norma NBR 6158 aborda o sistema de tolerâncias e ajustes, e a NBR 8993 trata da representação convencional de partes roscadas em desenho técnico.
Por fim, a norma NBR 6402 aborda a execução de desenhos técnicos de máquinas e estruturas metálicas.
Principais termos
Aresta: é uma reta comum a dois planos. Equivale a uma linha no desenho (abaixo, falaremos mais sobre os tipos de linhas).
Broca: equipamento usado para fazer furos.
CAD:Computer Aided Design ou Computer Aided Drafting é um termo geral usado quando um computador é utilizado para ajudá-lo a projetar itens em 2D ou 3D.
CAM:Computer Aided Manufacturing. O CAM começa quando o CAD termina. Depois de projetado o desenho, os softwares de CAM ajudam os engenheiros e operadores a informar às máquinas controladas por computador como fazer as coisas.
Casquilho: às vezes usado como um rolamento, o casquilho é um cilindro oco que é usado como uma interface entre um eixo e um furo.
Chanfro: bordas pontiagudas geralmente são ruins em peças acabadas, pois elas se desgastam facilmente e podem ser perigosas. Os chanfros são cortes angulados adicionados às bordas das partes para minimizar esse problema.
Cotas: responsáveis pela representação das dimensões reais de um objeto. Podem indicar:
- Códigos;
- Medidas;
- Detalhes;
- Ângulos;
- Raios;
- Outros.
Corte: quebra no desenho que permite mostrar seus detalhes internos.
Datum: recurso de referência que ajuda a interpretar as dimensões em um desenho técnico industrial.
DFA: Design for Assembly é o método de desenho preocupado com a montagem da peça. Por exemplo, um parafuso elegantemente colocado pode não parecer tão bom quando você percebe que não há como uma chave de fenda chegar até ele.
DFM:Design for Manufacturing é o método de design para facilitar a fabricação do sortimento de peças que formarão o produto após a montagem.
Dimensionamento: Atribuição de valores numéricos para definir as medidas de um objeto no desenho técnico, como por exemplo, as dimensões de um rebolo abrasivo.
Engrenagem: uma peça com dentes que são usados para um movimento de transferência de forças.
Entalhe: um buraco com um fundo plano, geralmente ao redor de um buraco menor.
Escala: representa a relação entre a dimensão real do objeto e a dimensão projetada no desenho técnico industrial.
Escarear: abrir um furo em uma forma cônica, geralmente para alojar a cabeça de um parafuso.
Excêntrico: quando você desloca o eixo de dois cilindros, você cria um movimento excêntrico. Ou seja, ao girar um cilindro preso ao eixo, o outro cilindro também entra em movimento rotativo.
Fillet: se refere a um raio adicionado entre duas superfícies de interseção. Eles podem ser adicionados por motivos de estética, para aumentar a força ou para tornar uma parte mais simples de produzir.
Forjar: processo que dá formas a um metal a partir de golpes feitos com um objeto quente.
Fresar: técnica de desbaste feita com uma fresadora (ferramenta de corte).
Hachura: pequenos corte de peça que representam um objeto.
Linhas: cada tipo de linha no desenho técnico industrial possui uma função diferente que será representada pelo seu traço conforme abaixo:
- Contínua larga: arestas e contornos visíveis de caracteres, peças. Indicação de corte ou vista;
- Contínua estreita ziguezague: utilizada por máquinas para confecção dos desenhos.
- Traço e ponto larga: planos de corte (extremidade e mudanças de plano);
- Contínua a mão livre estreita: linha de ruptura;
- Traço e ponto estreita: eixos, planos de corte;
- Traço e dois pontos: peças adjacentes;
- Contínua estreita: hachuras, cotas;
- Tracejada larga: lados invisíveis.
Matriz: peça capaz de prensar uma forma desejada.
Mecanismo: quando algo no design precisa se mover de alguma maneira controlada.
Molde: uma ferramenta usada para fazer cópias de uma peça. Você despeja um líquido e tira um sólido.
Montagem: representação para quando duas ou mais partes precisam estar juntas de alguma forma.
Orelha: saliência de uma peça.
Ortocarto: Representação de um objeto ou área em uma vista plana, sem perspectiva.
PDM:Product Data Management é o processo de gerenciamento de todos os dados associados a um determinado produto, como modelos 3D, desenhos, planos de manufatura etc.
Perspectiva: é a forma como os olhos humanos enxergam um objeto. No caso do desenho técnico industrial, pode ter duas classificações:
- Cônica ou realística: essa perspectiva tenta representar o item o mais próximo da realidade quanto possível;
- Cilíndrica ou paralela: perspectiva subdividida de acordo com a inclinação das faces. Pode ser isotérica, dimétrica, cavaleira ou trimétrica.
Pictograma: Símbolo gráfico utilizado para representar uma ação, um objeto ou uma instrução.
Pitch: típico de parafusos e engrenagens, descreve o número de roscas ou dentes em uma determinada distância.
Projeção ortogonal: representação do objeto em uma figura plana.
Rolamento: um rolamento ajuda as coisas a se moverem. Normalmente, os rolamentos facilitam o deslizamento ou a rotação das peças e o fazem por muito tempo sem desgaste.
Tarraxa: ferramenta capaz de abrir roscas internas.
Tornear: operação de usinagem com tornos (máquina que permite usinar peças de forma geométrica).
Tolerância: intervalo permitido em uma dimensão. Se você quiser que uma parte tenha 1 cm de espessura, você tem que especificar o quão perto de 1 é aceitável — então, você adiciona um intervalo, que pode ser +/- 0,2 cm, por exemplo.
Usinagem: processo de desbaste (desgaste) mecânico que permite dar forma a uma peça metálica.
Vértice: ponto comum de duas linhas em um desenho técnico industrial (popularmente conhecido como “canto”).
Vistas ortográficas: essas são representações diferentes de um mesmo objetivo, realizadas por planos de projeções como resultado de uma projeção cilíndrica ortogonal.
Esses são, geralmente, os principais termos presentes em um desenho técnico industrial. Claro que, para se tornar um especialista, é necessário ainda conhecer e interpretar muitas normas específicas, como as normas da ABNT, mas acreditamos que a partir desse glossário ficará mais fácil você identificar os aspectos principais de um desenho técnico.
Essa habilidade é especialmente importante quando se trata do desenvolvimento de peças personalizadas para as necessidades da sua indústria.
Agora que você já sabe quais são os principais aspectos de um desenho industrial, aproveite e entenda um pouco mais sobre o uso do rebolo abrasivo na produção industrial! Baixe o manual.